terça-feira, 18 de março de 2008

A Família - Brinquedo assassino

Toda criança sonha em ser feliz
Jogada no mundão, do crime um aprendiz
Cheiro de morte espalhado no ar...
Papai noel de preto veio me buscar

Deus ilumine o paraiso da criança
Mesmo seus problemas desde o jardim de infância
Mesmo se a policia não matasse fosse um bem
Mesmo se um pastor no psico rouba alguém...
Porque a vida sempre ofereceu pra mim a morte
A morte me chamou pra brincar me oferecendo a sorte
Nunca ninguém me deu um ponto positivo
Quando fui roubar me chamaram de agressivo

Vim de uma familia desestruturada
Que a fome fez da mãe de um homem uma empregada
Pro boy pisar, me enfurecer, me enlouquecer
Foi nessa que um "tiozinho" veio me dizer:
Primeiro te darão um oitão e umas paradas
Pra vender na esquina e viciar a molecada
Depois darão Carro, casa com piscina e pá...
Depois o diabo vem na porta me chamar

REFRÃO
Brinquedo assassino não sai da minha mente...
Era de ferro, com 12 balas no pente
Brinquedo assassino não sai da minha mente
E o fim de ano foi melhor pra muita gente

Jogava video game quando alguám me chamou
Levantei, abri a porta nem vi quem atirou
Minha mão tá gelada, não sinto meu braço
Não posso me mover do pescoço pra baixo
Pelo corpo todo o gelo amargo do frio
O eco da quadrada do monstro me feriu
Se eu tivesse tido chance seria jogador
cantor de rap pa expressar minha dor

Sei o que o mundo sempre ofereceu pra nois
vem a parte podre muitos contra nois
pobreza e frustração na alma a revolta
na calma você sente o trauma em sua volta
O paraiso é meu paradeiro
normal pra mim ver refém morrer de fome no cativeiro
e mesmo que me arraste e me amordaça
na tragedia pra classe media sou mais uma atração
circense da comedia

Meu mundo construido tipo castelo de areia
lapidado com muita droga na veia
Abandonei a escola da rua fiz abrigo
Na malandragem um discurso agrassivo
Eu vi meu próprio sangue no meu rosto escorrer
Lembro que um casal de crente disse vai morrer
Depois de alguns segundos a multidão vem me olhar
Com o olho saindo pra fora e o corpo a agonizar

REFRÃO

Meu coração parou e um anjo negro me mostrou o caminho
Onde eu encontraria rosas ou espinhos
Prossegui o caminho vi um bebê pedindo esmolas
Bush, Sadam jogando bola
O tio Patinhas deu dinheiro pra mim
Uma linda enfermeira e uma freira disse assim:
"Que Deus o livre das trevas, leia Jó
Pra nova geração um mundo melhor

Vi a Hebe, a Xuxa internadas num asilo
Pelé loiro na Europa pedindo exilio
Parecia pesadelo. Sangue eu vomitava
Gelou o corpo todo e eu quase não escutava
No grito da tiazinha, socorro eu tava morto
Senti a mão quente dela no meu rosto

Não sei, será que no ceu eu vou viver com os orfãos?
Ou vão rasgar meu corpo num hospital e vender meus órgãos?
Antes a cavalo, quatro rodas é o futuro
Eu também ia matar, me deitaram cheio de furos
Lembrei na hora dos conselhos dos meus pais
Falavam não vá, mas eu queria mais
A máquina do homem ligada ao coração
Deus tocava minha alma dizendo eu sou a salvação
Se for capaz de viver sem crime, sem drogas
E hoje eu rasgo o mundo de cadeira de rodas

Eu sempre tive um sonho de cantar rap,
mas o mundo colocou varias barreiras no meu caminho
E hoje minha história está representada na voz da Familia
Deus ilumine o caminho de vocês


REFRÃO

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